A campanha “Norte e Nordeste Azul – A oftalmologia brasileira contra o diabetes” foi lançada em Roraima no dia 14 de novembro pelo presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM – RR) e pelo coordenador, médico oftalmologista Rômulo Ferreira. O objetivo é oferecer consultas oftalmológicas para pacientes com diabetes para identificar casos de retinopatia.
No Estado, todos os médicos oftalmologistas aderiram à Campanha. Eles atendem gratuitamente em seus consultórios particulares, cinco pacientes por semana, encaminhados pelas secretárias estaduais e municipais de saúde.
Segundo dado do Ministério da Saúde estima-se que no Brasil o diabetes já atinja entre 15 e 18 milhões de pessoas e que de 120 a 150 mil são cegos. A retinopatia diabética é a complicação mais grave do diabetes nos olhos. Com a evolução desta, os vasos sanguíneos que nutrem a retina (fundo de olho) vão enfraquecendo progressivamente, deixando vazar o líquido ou sangue. Além de causar, em alguns casos, infarto da retina.
“O principal sintoma da retinopatia é a visão embaçada que, mesmo com os óculos, não melhora e, na maioria das vezes, a pessoa já está com o olho bem comprometido. Mas, lembrando que muitas vezes nenhum sintoma é percebido mesmo em casos mais avançados (doença silenciosa). Com isto, torna-se fundamental a avaliação do fundo de olho por um oftalmologista experiente”, explicou Alexandre Marques.
A retinopatia é a principal causa de cegueira não curável em adultos. A retinopatia diabética incapacita para o trabalho pessoas na faixa etária dos 30 aos 75 anos. Mas, se a doença for detectada precocemente e com o tratamento adequado, os riscos da cegueira podem ser reduzidos em mais de 80%. Diferentemente da catarata, a cegueira decorrente da retinopatia diabética é irreversível. Até um tempo atrás não existia serviço público de atendimento oftalmológico definido especificamente para cuidar da saúde ocular dos diabéticos.
O melhor tratamento para retinopatia diabética é o controle clínico adequado, e nos casos graves, por meio da fotocoagulação a laser da retina, usada para cauterizar regiões do olho onde há má circulação sanguínea (isquemia). A aplicação de laser pode reduzir as chances de cegueira em 70% dos casos. Sendo um procedimento não invasivo, rápido (em torno de 15 minutos cada sessão) e que utiliza como anestesia algumas gotas de colírio.