Temas importantes da área da saúde estão em discussão, em João Pessoa, durante o I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2014 (I ENCM 2014). O evento, que reuniu cerca de 250 médicos, terminou sexta-feira (21), no hotel Tambaú. Logo na abertura do evento, na quarta-feira (19), o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Avila, lembrou a gravidade do momento atual para a saúde e o exercício da profissão no país. “Em tempos difíceis temos que estar preparados para os desafios. É isso que estamos fazendo: discutindo, planejando e cuidando de nossas estratégias”, afirmou o presidente do CFM, Roberto D’Ávila.

Na solenidade que marcou o início dos trabalhos, falou-se sobre o impacto danoso da política sobre a atividade médica. Um dos convidados, o senador Cássio Cunha Lima, lembrou os equívocos do Palácio do Planalto, por exemplo, nos vetos feitos à Lei do Ato Médico. “Infelizmente, o ‘bisturi desastroso’ da presidente Dilma Rousseff vetou o Ato Médico, após anos de reflexão da categoria. Mas encontros como esse são importantes para uma análise profunda sobre os destinos do país”, destacou.

Com ele, participaram da abertura o presidente do CRM-PB, João Medeiros Filho; a secretária adjunta de Saúde de João Pessoa, Bárbara Soares Pereira; o secretário de Saúde de Pernambuco, Antônio Carlos Figueira; o presidente da Federação Brasileira das Academias de Medicina, José Leite Saraiva; o presidente da Academia Paraibana de Medicina, José Eymard Medeiros; o conselheiro federal pela Paraíba, Dalvélio Madruga; e o diretor do Centro de Ciências Médicas da UFPB, Eduardo Sérgio Sousa.

Abordagem holística – Como o anfitrião do I ENCM, o presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), João Medeiros Filho, destacou a importância da reflexão sobre a profissão médica e a qualidade no atendimento médico. “A Medicina é uma forma única de relacionamento, entre o abstrato e o concreto, entre a ciência e a humanidade. Temos que ter uma abordagem holística do homem e acabar com a base mercantilista da Medicina”, destacou, acrescentando que o evento vai discutir, entre outros pontos, as Eleições 2014, estratégia para o atendimento médico em situação de catástrofe na Copa do Mundo, trabalho médico no SUS, fiscalizações e formação médica.

Após as boas-vindas aos participantes, o médico e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aníbal Gil Lopes, fez uma conferência sobre o tema A Filosofia da Medicina, durante a qual lembrou o papel do cuidado com os pacientes. “Quando o aluno sai da faculdade, o quanto ele sabe cuidar? Os médicos, hoje em dia, são técnicos que sabem usar uma metodologia. Temos médicos bem formados, mas que não sabem cuidar do cotidiano das pessoas”, alertou. Lopes ressaltou o dever de a categoria refletir sobre este contexto.

“A educação deixou de ser um processo de conhecimento para ser um treinamento. Nunca refletimos. É nesse contexto que os conselhos federal e regionais cumprem sua tarefa e se tornam instrumentos de reflexão, de tomada de atitude e ações. Os conselhos fazem com que a prática médica seja revertida dos seus valores fundamentais: o cuidado, a verdade e a humanidade”, completou.

Ensino e fiscalização – O primeiro dia do evento continuou durante a tarde, com realização de mesas onde houve debates e apresentações sobre diferentes temas, como a avaliação do ensino médico, com a participação de diretores do Conselho Federal de Medicina (CFM) e de representantes dos Conselhos Regionais dos Estados do Rio de Janeiro (Cremerj) e de São Paulo (Cremesp).

Outra mesa se dedicou a discussões focalizadas na aplicação das novas resoluções 2056 e 2062/2013, que tratam sobre a fiscalização pelos conselhos de medicina (CRM). Participaram do debate o diretor de Fiscalização do CFM e 3º vice-presidente, Emmanuel Fortes, e o diretor de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB), Eurípedes Sebastião Mendonça.

Na quinta-feira (20), o tema da fiscalização retornou à pauta do I ENCM, quando foram avaliados os parâmetros para a atuação das equipes médicas na Copa do Mundo e a infraestrutura mínima para funcionamento dos serviços de atendimento nos estádios e outras arenas esportivas.

A mesa foi coordenada pelo 3º vice-presidente, Emmanuel Fortes. Ainda contribuirão nas apresentações sobre o tema o que fazer em situação de catástrofe (atendimento nos estádios e suporte nos hospitais o conselheiro Hermann Alexandre Von Tiesenhausen (representante de Minas Gerais no CFM), o diretor do Centro Materno-Infantil Norte/Centro Hospitalar do Porto – Portugal, Antônio Marques, e o preceptor de Medicina do Esporte HCFMUSP, Leonardo Kenji Hirao.

Ultimo dia – O I ENCM2014 terminou na sexta-feira (21), com outra participação internacional. O bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal, José Manuel Silva, proferirá uma conferência aos participantes. A apresentação abordará o tema formação médica na prevenção, tratamento de doenças e na promoção da saúde. Na sequência, haverá uma mesa redonda sobre o trabalho médico no SUS, com as contribuições dos conselheiros Dalvélio de Paiva Madruga (representante da Paraíba no CFM e 2º tesoureiro da entidade), Henrique Batista e Silva (representante de Sergipe e secretário geral) e Desiré Carlos Callegari (representante de São Paulo e 1º secretário). O presidente do CRM da Bahia, José Abelardo Garcia de Meneses.

Uma discussão sobre as estratégias do movimento médico e a conscientização da sociedade frente ao pleito encerrará os debates do I ENCM 2014. Participam da discussão o presidente do CFM, Roberto Luiz d´Avila; 1º e 2º vice-presidentes, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima e Aloísio Tibiriçá Miranda, respectivamente; além do presidente do CRM-PB, João Gonçalves de Medeiros Filho.

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